terça-feira, 3 de março de 2020

Vitória Alves - 9° A

     


Foto de Dominika Kwaitkowska

Um pesadelo recorrente

   Eu estava dirigindo um carro duas horas da manhã em alta velocidade, em uma pista deserta, chorando, após vê-la no aniversário do meu irmão com ele! Sim, ele sabia que eu a amava e que eu tiraria uma caixinha preta de veludo do meu terno branco, me ajoelharia e a pediria em namoro. Quando ela me olhou, com aquele vestido nude, simples, mas chique, e também com um olhar de desprezo, tudo que eu queria era sair dali.
     Meu irmão estava me ligando, eu não queria atender. Tudo que eu estava pensando era naquele filme de terror e o porquê daquilo. Quando eu caí em mim mesma, na realidade, eu bati o carro. Na hora, tudo que pensei foi na minha vida. Não aproveitei nada, mas tinha tudo. Dinheiro, trabalho, riquezas, mas nada disso era comparado ao bom clichê de que eu queria te dar o mundo. 
     Estava tudo ficando embaçado. Eu estava com dor, percebi que meu carro estava de cabeça para baixo... minha vista vermelha de sangue e um azul se aproximando...
     Quando abri os olhos tudo isso não passou de um sonho do qual eu nunca consigo lembrar direito. Eu estava atrasado. Tinha que me aprontar para o aniversário do meu irmão. Coloquei meu terno branco e uma caixinha preta de veludo no bolso. Estava pronto para pedi-la em namoro. Peguei meu carro e fui.

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